domingo, 27 de setembro de 2009

O dia amanhecia, devagar...
Os pássaros já começavam a cantar,
na rua, o movimento de pessoas indo pro trabalho começava,
Era como se o mundo começasse a girar mais rápido.
Na casa, todos dormiam ainda.
Fazia calor...muito calor.
O suor escorria pelos corpos.
Nem o vento, que vinha calmo do ventilador doméstico, conseguia diminuir a sensação de calor.
A respiração ofegante.
A noite tinha passado rápido demais.
O cansaço também era presente, mas a linha entre êxtase e sono era bastante tênue.
Os sons se misturavam...quase inaldíveis.
Aquele não era um som de dor, mas de alívio, emoção e felicidade, num turbilhão.
O coração disparava, as mãos tremiam, procurando com urgência um ao outro.
Queriam um ao outro...naquele momento era tudo o que tinham.
Estavam juntos, em alguns momentos, era difícil distinguir um do outro.
Estavam ali, completando um ao outro, no perfeito encaixe.
A pulsação era quase coreografada.
A inquietação que surgia era o sinal de que estavam no caminho certo.
Carinhos e sorrisos, mesmo breves.
Olhares e feições que só eles reconheceriam.
Os ruídos abafados pelo lençol...úmido.
Os movimentos, quase circenses.
Toda a força ali presente ainda era sinal de afeto.
Se conheciam bem a ponto de saber como agradar um ao outro...e sem dúvida agradavam, estavam felizes.
Pensavam em alguns momentos sobre o que significavam de verdade.
Gostavam de estar ali, juntos, conversando, rindo, planejando, pensando, amando, mas não sabiam do futuro...
Não tinham compromisso com o relógio...
A noite estava ainda começando.
À meia luz, ainda assim sabiam onde caminhar suas mãos...
Ah...as mãos...!
Carinhos, mesmo que por vezes um tanto tímidos, mas com toda a segurança de saber onde se quer chegar.
O que existia naquela atmosfera era mais do que se podia medir.
Era tão bom estar ali.
A companhia agradava a ambos.
Mesmo tendo problemas, dramas pessoais, fantasmas do passado...
Quando ali, os dois, era como se tudo fosse ficar bem.
Quase um vício.
Já haviam perdido noção de tempo...quanto tempo faz?
Conversavam longamente...banalidades, assuntos que os faziam rir e lembrar.
A madrugada era fria...ela tremia, mas agora já não mais de frio.
Ele tentava aquece-la num abraço longo, bom.
Trazia a segurança que tanto faltava.
Se provocavam.
Se divertiam.
Tinham tanto zelo.
Os gostos e cheiros se misturavam, mas não era ruim.
Ela tremia.
Ele ria.
Olhavam-se, tentando adivinhar o que o outro estava pensando.
Eram uma incógnita.
Mas já tinham aprendido a lidar, não era tão difícil.
Lembravam das brigas, até as brigas eram boas e breves, e, agora, sem sentido.
Andavam de mãos dadas.
Pensavam em como teriam chegado até ali.
Esperavam um ao outro.
E tudo isso começou com um beijo...

(Obs: Tente ler também de baixo pra cima.)












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